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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Processamento de artigos hospitalares


Descontaminação, é o processo que visa destruir microrganismos patogênicos, utilizado em artigos contaminados ou em superfície ambiental, tornando-os, conseqüentemente, seguros ao manuseio.
Pode ser realizada por processo químico, no qual os artigos são imersos em solução desinfetante antes de se proceder a limpeza; por processo mecânico, utilizando-se máquina termodesinfectadora ou similar; ou por processo físico, indicando-se a imersão do artigo em água fervente durante 30 minutos
A limpeza é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e sabão ou soluções detergentes. Há várias fórmulas de detergentes disponíveis no mercado, variando do neutro a específicos para lavadoras. Ainda nesta classificação, podemos apontar os enzimáticos utilizados para limpeza de artigos por imersão, bastante recomendados, atualmente, por sua eficácia na limpeza - são capazes de remover a matéria orgânica da superfície do material em tempo inferior a 15 minutos (em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são atóxicos e biodegradáveis.
Limpar é procedimento que deve sempre preceder a desinfecção e a esterilização; quanto mais limpo estiver o material, menor a chance de falhas no processo. A matéria orgânica, intimamente aderida ao material, como no caso de crostas de sangue e secreções, atua como escudo de proteção para os microrganismos, impedindo que o agente desinfetante/esterilizante entre em contato com a superfície do artigo, tornando o procedimento ineficaz.
Para a realização da descontaminação e limpeza dos materiais, recomenda-se adotar as seguintes medidas:
. os procedimentos só devem ser feitos por profissionais devidamente
capacitados e em local apropriado (expurgo);
. sempre utilizar sapatos fechados, para prevenir a contaminação
por respingos;
. quando do manuseio de artigos sujos, estar devidamente paramentado com equipamentos de proteção: avental impermeável, luvas de borracha antiderrapantes e de cano longo,óculos de proteção e máscara ou protetor facial;
. utilizar escovas de cerdas macias, evitando a aplicação de materiais abrasivos, como palhas de aço e sapólio;
. as pinças devem estar abertas quando de sua imersão na solução;
. desconectar os componentes acoplados, para uma efetiva limpeza;
. enxaguar os materiais em água corrente potável;
. secar os materiais com tecido absorvente limpo, atentando para
o resultado da limpeza, principalmente nas ranhuras das pinças;
. armazenar o material ou encaminhá-lo para desinfecção ou esterilização.

Desinfecção é o processo de destruição de microrganismos em estado vegetativo (com exceção das formas esporuladas, resistentes ao processo) utilizando-se agentes físicos ou químicos. O termo desinfecção é aplicado tanto no caso de artigos quanto de superfíciesambientais.
A desinfecção pode ser de:
. alto nível: quando há eliminação de todos os microrganismos e de alguns esporos bacterianos;
. nível intermediário ou médio: quando há eliminação de micobactérias (bacilo da tuberculose), bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de esporos;
. baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém sem destruição de micobactérias nem de esporos.
Os processos físicos de desinfecção são a pasteurização e a água em ebulição ou fervura. A pasteurização é uma desinfecção realizada em lavadoras automáticas, com exposição do artigo em água a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus centígrados por 10 a 30 minutos, conforme a instrução do fabricante. É indicada para a desinfecção de circuitos de respiradores.
A água em ebulição ou fervura é utilizada para desinfecção de alto nível em artigos termorresistentes. Consiste em imergir totalmente o material em água fervente, com tempo de exposição de 30 minutos, após o que o material é retirado com o auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve ser seco e guardado em recipiente limpo ou desinfetado . ressalve-se que esse procedimento
é indicado apenas nas situações em que não se disponha de outros métodos
físicos ou químicos.
A desinfecção de artigos hospitalares por processo químico é feita por meio de imersão em soluções germicidas. Para garantir a eficácia da ação faz-se necessário: que o artigo esteja bem limpo, pois a presença de matéria orgânica reduz ou inativa a ação do desinfetante; que esteja seco, para não alterar a concentração do desinfetante; que esteja totalmente imerso na solução, sem a presença de bolhas de ar; que o tempo de exposição recomendado seja respeitado;
que durante o processo o recipiente seja mantido tampado e o produto esteja dentro do prazo de validade. 
 
Esterilização é o processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana, por meio do uso de agentes físicos (vapor saturado sobre pressão . autoclave e vapor seco . estufa) e químicos (óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio, formaldeído,glutaraldeído e ácido peracético).
A esterilização pelo vapor saturado sob pressão é realizada em autoclave, que conjuga calor, umidade, tempo e pressão para destruir os microrganismos. Nela podem ser esterilizados artigos de superfície como instrumentais, baldes e bacias e artigos de espessura como campos cirúrgicos, aventais e compressas, e artigos críticos e semicríticos termorresistentes e líquidos.
Na estufa, o calor é produzido por resistências elétricas e propaga-se lentamente, de maneira que o processo é moroso e exige altas temperaturas - vários autores indicam a esterilização por esse método apenas quando haja impossibilidade de submeter o material à autoclavação, como no caso de pós e óleos.
O material a ser processado em estufa deve ser acondicionado em caixas metálicas e recipientes de vidro refratário..
O quadro a seguir apresenta os principais desinfetantes químicos utilizados em artigos hospitalares, e os principais esterilizantes químicos:




Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de controle de infecção hospitalar. Brasília: Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1985.
PADOVEZE, MC; DEL MONTE, MCC. Limpeza e desinfecção de artigos. In: APECIH - Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e antissepsia, 1999
ARAÚJO, EMPA. Infecção da corrente sangüínea. In: LEVY, CE (coord.) - Manual de Microbiologia Clínica aplicada ao controle de infecção hospitalar. São Paulo: APECIH, 1998.
DEL MONTE, MCC. Processos físicos. In:RODRIGUES, E. Infecções hospitalares: prevenção e controle. São Paulo: Sarvier,1997, p. 404-20.

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