Seja Bem Vindo, Este blog é Dedicado aos Profissionais de Enfermagem, Apresentando Experiências, Informações e Capacitação

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Atendendo o Paciente no Hospital

O paciente procura o hospital por sua própria vontade (necessidade) ou da família, e a internação ocorre por indicação médica ou, nos casos de doença mental ou infectocontagiosa, por processo legal instaurado.
A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito hospitalar, por período igual ou maior que 24 horas. Para ele, isto significa a interrupção do curso normal de vida e a convivência temporária com pessoas estranhas e em ambiente não-familiar.
Para a maioria das pessoas, este fato representa desequilíbrio financeiro, isolamento social, perda de privacidade e individualidade, infecção comunitária - é a infecção constatada ou em incubação no ato da admissão, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital.
Infecção hospitalar - é qualquer infecção adquirida e que se manifeste durante a internação ou mesmo após a alta do paciente, cujo foco relacione-se com a realização
de procedimentos hospitalares.
A Sensação de insegurança, medo e abandono. A adaptação do paciente a essa nova situação é marcada por dificuldades pois, aos fatores acima, soma-se a necessidade de seguir regras e normas institucionais quase sempre bastante rígidas e inflexíveis, de entrosar-se com a equipe de saúde, de submeter-se a inúmeros procedimentos e de
mudar de hábitos.
O movimento de humanização do atendimento em saúde procura minimizar o sofrimento do paciente e seus familiares, buscando formas de tornar menos agressiva a condição do doente institucionalizado. Embora lenta e gradual, a própria conscientização do paciente
a respeito de seus direitos tem contribuído para tal intento. Fortes aponta a responsabilidade institucional como um aspecto importante,ao afirmar que .existe um componente de responsabilidade dos administradores de saúde na implementação de políticas e ações administrativas que resguardem os direitos dos pacientes..
Assim, questões como sigilo, privacidade, informação, aspectos que o profissional de saúde tem o dever de acatar por determinação do seu código de ética, tornam-se mais abrangentes e eficazes na medida em que também passam a ser princípios norteadores da organização de saúde.
Tudo isso reflete as mudanças em curso nas relações que se estabelecem entre o receptor do cuidado - o paciente - e o profissional que o assiste, tendo influenciado, inclusive, a nomenclatura tradicionalmente utilizada no meio hospitalar.
O termo paciente, por exemplo, deriva do verbo latino patiscere, que significa padecer, e expressa uma conotação de dependência, motivo pelo qual cada vez mais se busca outra denominação para o receptor do cuidado. Há crescente tendência em utilizar o termo cliente, que melhor reflete a forma como vêm sendo estabelecidos os contatos entre o receptor do cuidado e o profissional, ou seja, na base de uma relação de interdependência e aliança. Outros têm manifestado preferência pelo termo usuário, considerando que o receptor do cuidado .usa. os nossos serviços.
Ao receber o paciente na unidade de internação, o profissional de enfermagem deve providenciar e realizar a assistência necessária, atentando para certos cuidados que podem auxiliá-lo nessa fase.
O primeiro contato entre o paciente, seus familiares e a equipe é muito importante para a adaptação na unidade. O tratamento realizado com gentileza, cordialidade e compreensão ajuda a despertar a confiança e a segurança tão necessárias. Assim, cabe auxiliá-lo a se familiarizar com o ambiente, apresentando-o à equipe presente e a
A enfermagem desempenha importante papel no cuidado ao paciente e seus familiares durante a hospitalização, porque lhe presta assistência continuamente, 24 horas, sem interrupção, mediante o trabalho de uma equipe constituída por
enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem.
outros pacientes internados, em caso de enfermaria, acompanhandoo em visita às dependências da unidade, orientando-o sobre o regulamento, normas e rotinas da instituição. É também importante solicitar aos familiares que providenciem objetos de uso pessoal, quando necessário, bem como arrolar roupas e valores nos casos em que o paciente esteja desacompanhado e seu estado indique a necessidade
de tal procedimento.
É importante lembrar que, mesmo na condição de doente, a pessoa continua de posse de seus direitos: ao respeito de ser chamado pelo nome, de decidir, junto aos profissionais, sobre seus cuidados, de ser informado sobre os procedimentos e tratamento que lhe serão dispensados, e a que seja mantida sua privacidade física e o segredo sobre as informações confidenciais que digam respeito à sua vida e estado de saúde.
O tempo de permanência do paciente no hospital dependerá de vários fatores: tipo de doença, estado geral, resposta orgânica ao tratamento realizado e complicações existentes. Atualmente, há uma tendência para se abreviar ao máximo o tempo de internação, em vista de fatores como altos custos hospitalares, insuficiência de leitos
e riscos de infecção hospitalar. Em contrapartida, difundem-se os serviços de saúde externos, como a internação domiciliar, a qual estende os cuidados da equipe para o domicílio do doente, medida comum em situações de alta precoce e de acompanhamento de casos crônicos - é importante que, mesmo neste âmbito, sejam também observados os cuidados e técnicas utilizadas para a prevenção e controle da infecção hospitalar e descarte adequado de material perfurocortante.
O período de internação do paciente finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente de melhora em seu estado de saúde, ou por motivo de óbito. Entretanto, a alta também pode ser dada por motivos tais como: a pedido do paciente ou de seu responsável; nos casos de necessidade de transferência para outra instituição de saúde; na ocorrência de o paciente ou seu responsável recusar(em)-se a seguir o tratamento, mesmo após ter(em) sido orientado(s) quanto aos riscos, direitos e deveres frente à terapêutica proporcionada pela equipe.
Na ocasião da alta, o paciente e seus familiares podem necessitar de orientações sobre alimentação, tratamento medicamentoso, atividades físicas e laborais, curativos e outros cuidados específicos . Momento em que a participação da equipe multiprofissional é importante para esclarecer quaisquer dúvidas apresentadas.
Após a saída do paciente, há necessidade de se realizar a limpeza da cama e mobiliário; se o mesmo se encontrava em isolamento, deve-se também fazer a limpeza de todo o ambiente (limpeza terminal): teto, paredes, piso e banheiro.
No caso de transferência do paciente, os relatórios médico e de enfermagem auxiliam
na continuidade do tratamento, guardar todos os pertences do paciente quando de sua admissão.
Esse procedimento promove controle e segurança tanto para a instituição como para seus profissionais, no sentido de que nenhum pertence seja perdido/extraviado.
As rotinas administrativas relacionadas ao preenchimento e encaminhamento do aviso de alta ao registro, bem como às pertinentes à contabilidade e apontamento em censo hospitalar, deveriam ser realizadas por agentes administrativos. Na maioria das instituições hospitalares, porém, estas ações ainda ficam sob o encargo dos profissionais de enfermagem.
O paciente poderá sair do hospital só ou acompanhado por familiares, amigos ou por um funcionário (assistente social, auxiliar, técnico de enfermagem ou qualquer outro profissional de saúde que a instituição disponibilize); dependendo do seu estado geral, em transporte coletivo, particular ou ambulância. Cabe à enfermagem registrar no prontuário a hora de saída, condições gerais, orientações prestadas, como e com quem deixou o hospital.
Um aspecto particular da alta diz respeito à transferência para outro setor do mesmo estabelecimento, ou para outra instituição. Deve-se considerar que a pessoa necessitará adaptar-se ao novo ambiente, motivo pelo qual a orientação da enfermagem é importante. Quando do transporte a outro setor ou à ambulância, o paciente deve ser transportado em maca ou cadeira de rodas, junto com seus pertences, prontuário e os devidos registros de enfermagem.
No caso de encaminhamento para outro estabelecimento, enviar os relatórios médico e de enfermagem.

Fonte:  FORTES, PAC. Ética, cidadania e busca da qualidade na administração dos serviços de saúde. Saúde em Debate, v. 49, 50, p. 48 - 52, 1996.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Caracterizando a Enfermagem

A Enfermagem - reconhecida por seu respectivo conselho profissional - é uma profissão que possui um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas áreas de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem.
De acordo com os dados cadastrais do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), obtidos em outubro/2001, há no Brasil 92.961 enfermeiros, 111.983 técnicos e 469.259 auxiliares de enfermagem.
A Enfermagem realiza seu trabalho em um contexto mais amplo e coletivo de saúde, em parceria com outras categorias profissionais representadas por áreas como Medicina, Serviço Social, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Nutrição, etc.
O atendimento integral à saúde pressupõe uma ação conjunta dessas diferentes categorias, pois, apesar do saber específico de cada uma, existe uma relação de interdependência e complementaridade.
Nos últimos anos, a crença na qualidade de vida tem influenciado, por um lado, o comportamento das pessoas, levando a um maior envolvimento e responsabilidade em suas decisões ou escolhas; e por outro, gerado reflexões em esferas organizadas da sociedade, como no setor saúde, cuja tônica da promoção da saúde tem direcionado mudanças no modelo assistencial vigente no país. No campo do trabalho, essas repercussões evidenciam-se através das constantes buscas de iniciativas públicas e privadas no sentido de melhor atender às expectativas da população, criando ou transformando os serviços existentes.
No tocante à enfermagem, novas frentes de atuação são criadas à medida que essas transformações vão ocorrendo, como sua inserção no Programa Saúde da Família (PSF), do Ministério da Saúde; em programas e serviços de atendimento domiciliar, em processo de expansão cada vez maior em nosso meio; e em programas de atenção a idosos e outros grupos específicos.
Quanto às ações e tarefas afins efetivamente desenvolvidas nos serviços de saúde pelas categorias de Enfermagem no país, estudos realizados pela ABEn e pelo INAMPS as agrupam em cinco classes, com as seguintes características:
Ações de natureza propedêutica e terapêutica complementares ao ato médico e de outros profissionais - referem-se às que apóiam o diagnóstico e o acompanhamento do agravo à saúde, incluindo procedimentos como a observação do estado do paciente, mensuração de altura e peso, coleta de amostras para exames laboratoriais e controle de sinais vitais e de líquidos. As ações terapêuticas complementares asseguram o tratamento prescrito, como, por exemplo, a administração de medicamentos e dietas enterais, aplicação de calor e frio, instalação de cateter de oxigênio e sonda vesical ou nasogástrica;
Ações de natureza terapêutica ou propedêutica de enfermagem - são aquelas cujo foco centra-se na organização da totalidade da atenção de enfermagem prestada à clientela. Por exemplo, ações de conforto e segurança, atividades educativas e de orientação;
Ações de natureza complementar de controle de risco - são aquelas desenvolvidas em conjunto com outros profissionais de saúde, objetivando reduzir riscos de agravos ou complicações de saúde. Incluem as atividades relacionadas à vigilância epidemiológica e as de controle da infecção hospitalar e de doenças crônico-degenerativas;
Ações de natureza administrativa - nessa categoria incluem-se as ações de planejamento, gestão, controle, supervisão e avaliação da assistência de enfermagem;
Ações de natureza pedagógica -. relacionam-se à formação e às atividades de desenvolvimento para a equipe de enfermagem.

 Fonte : http://www.cofen.com.br, 25/12/2000.
ABEn/INAMPS, 1987.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

Por que escolhi a arte do cuidar?

Existe uma fala de Florence Nightingale, uma enfermeira que mudou a história da profissão de enfermagem, que poderia nos dizer tudo ou quase tudo:

“A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, como a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é o tratar da tela morta e ou o frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo – o templo espiritual de Deus. É uma das artes; pode-se-ia dizer, a mais bela das artes.”

Cuidar de um ser humano requer observar todos os pontos, expressões e gestos que para muitos passam despercebidos. E assim como a Wanda de Aguiar Horta, enfermeira nascida no Belém do Pará, diz:

“Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência através da educação; de recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros grupos profissionais”.

As necessidades básicas que Wanda de Aguiar Horta se refere são:

Oxigênio: Necessidade básica da sobrevivência, a carência de oxigênio impossibilita o funcionamento celular;


Manutenção da temperatura: O ser humano é homotérmico e não suporta temperaturas altas ou baixas (> 37,3ºC ou <36ºC), afetando os sistemas do organismo, podendo ser fatal a sua sobrevivência;

Nutrição: Os nutrientes fornecidos pela adequada ingestão de alimentos são os materiais de construção, manutenção e equilíbrio do corpo humano;


Hídrica: A água é necessária à formação de todos os líquidos corporais, além de garantir as reações químicas que garantem o equilíbrio, as funções e a vida;


Eliminação: O organismo necessita eliminar substâncias indesejáveis ou presentes em quantidades excessivas, que são nocivas à saúde, se permanecerem;


Repouso e Sono: O corpo e a mente precisam repousar, para ter tempo de restaurar as forças e ficar livre dos estresses físicos e mentais;


Evitar a dor: A presença da dor interfere no bem-estar do indivíduo, desorganizando sua capacidade de se alimentar, dormir ou de desempenhar suas atividades;


Sexo e Sexualidade: Reprodução humana, fonte de prazer imediato ou contínuo, alívio de tensões, aumento da auto-estima e satisfação das necessidades de amor e gregárias;


Estimulação: Estimular os sentidos humanos, além do posicionamento, equilíbrio, atividade muscular e movimentação do corpo, promovem a interação entre a pessoa e o meio em geral;


Segurança, Amor e Gregária: Essas necessidades emergem quando as necessidades fisiológicas são satisfeitas, somando-se às atitudes dos cuidadores que estabeleçam a confiança, estabilidade, respeito, inclusão, atenção e humanização;


Espiritualidade: Geralmente é diante de crises que os clientes tomam consciência desta necessidade estar afetada; suas crenças afetarão diretamente no seu restabelecimento e sua aquisição à terapêutica;


Auto-Estima: A auto-estima do próprio cuidador é muito observada pelos clientes, e pode resultar numa auto-valorização, elevando a auto-estima deles e promovendo o equilíbrio dos conflitos internos e agentes estressantes;


Auto-Realização: Essa necessidade é muito importante porque sua expressão é uma busca universal, e seu impedimento leva as sérias dificuldades para a vida das pessoas.


terça-feira, 30 de novembro de 2010


Seja bem vindo ao Blog “Escolhi a Arte do Cuidar”!


Apresentaremos aqui informações sobre todos os tipos de atividades relacionadas à área de saúde, com o simples objetivo de levar informação, compartilhar experiência e capacitação para quem estiver interessado.

Este Blog é independente, criado por pessoas sem nenhum vinculo com outra empresa, porém todas as postagens serão seriamente analisadas por profissionais.

Vale lembrar que este Blog é aberto para todos, então se você tiver algum assunto, informação ou simplesmente uma curiosidade legal, mandem para o e-mail escolhiartedocuidar@gmail.com e analisaremos sua proposta para colocarmos aqui.

Obrigado pela visita!